Primeiro Domingo da Quaresma (A)

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Gravura de Gustave Doré para “Paraíso Perdido” de John Milton.

“Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer.” (Salmo 32.3)

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O sabor da queda

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Escrito por Thiago de Paula Cruz

Fadas adoram contar histórias. Isto é evidente às pessoas mais atentas; mas que esta é a forma que têm de passar para nós humanos um vestígio de sua existência e de sua mágica poucos o sabem. A verdadeira raridade está na quase total ausência de pessoas que acreditam naquilo que se diz delas e, claro, naquilo que elas dizem de si mesmas. A preciosidade reinante neste caso é muito mais a de olhos crentes do que de pouco se mostrarem a nós.

Além disso, possuindo nomes impronunciáveis para mortais e alcunhas genéricas criadas ao passar dos séculos, os homens foram esquecendo gradativamente delas e da intimidade com que se falavam originalmente. Antes, um jovem pastor se prestava a ouvir ninfas que cantavam as narrativas ancestrais da Terra; hoje, a sinfonia da qual elas fazem parte é praticamente não ouvida. Continuar lendo